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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Graciliano: Retrato Fragmentado (Ricardo Ramos)













"Graciliano: Retrato Fragmentado", de Ricardo Ramos, é diferente de uma biografia em que a vida do personagem é explicitada em detalhes cronológicos do nascimento até a morte. Como indica o próprio nome, a história é contada de maneira fragmentada, o que não significa que esteja incompleta. Trata-se de um retrato profundo, feito por traços generosos, movidos pela memória afetiva do filho, também escritor, que desenham e destacam aspectos e momentos desconhecidos da vida de Graciliano Ramos. Aliás, um dos pontos de partida de Ricardo Ramos foi a constatação de que as várias biografias do grande escritor alagoano não davam a conhecer o homem por trás da obra, algo que este retrato desfaz definitivamente ao apresentar suas sutilezas e complexidades. De Graciliano Ramos pode-se dizer que é, ao mesmo tempo, uma figura muito e pouco conhecida. Muito conhecida como a figura do escritor austero, além de autor de obras fundamentais do romance brasileiro do século XX, como Vidas secas. Mas dele também se pode dizer que faltam as nuances, o retrato de muitas facetas, suas dimensões humanas, pessoais. Pois como resume o autor, “Graciliano não é uma personagem inteiriça, compacta, quase olímpica, sem a menor sombra de conflito ou dúvida. Não é criatura rude, sertanejo primitivo e pitoresco, o autodidata que certo dia simplesmente resolveu escrever. Não é um partidário, cego seguidor da regra política. Não é tampouco o intelectual cooptado, que teve de se adaptar às regras ditatoriais do Estado Novo”. Daí Graciliano: retrato fragmentado ser, afinal, um livro de memórias que resgata e dimensiona para seu autor a figura paterna. Para os leitores, apresenta sua figura humana, abrindo um ciclo de reedições em torno da obra de Ricardo Ramos: a editora publicará nos próximos meses Rua desfeita, Os caminhantes de Santa Luzia e Circuito fechado. Manuscritos inéditos e prefácio de Silviano Santiago Graciliano: retrato fragmentado foi originalmente publicado em 1992, em comemoração ao centenário do nascimento de Graciliano Ramos. Segundo Rogério Ramos, filho de Ricardo e neto de Graciliano, “pela falta de tempo, a primeira edição saiu precursora de outra, futura, aquela que todos os envolvidos queríamos na rede afetiva e familiar que este livro evoca e realinha.” Quase vinte anos depois, esta é a nova edição. Revista e atualizada – com prefácio de Silviano Santiago, cujo título, “Colagem viva”, traduz o livro à perfeição –, é ilustrada com vasto material iconográfico, incluindo fotos e manuscritos inéditos, além de uma completa bibliografia e cronologia da vida de Graciliano Ramos. *O escritor alagoano foi o homenageado da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) em 2013.













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